Analytics

Quem sou eu

domingo, 29 de maio de 2011

Soneto da Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento



Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto


Que mesmo em face do maior encanto


Dele se encante mais meu pensamento.





Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto


E rir meu riso e derramar meu pranto


Ao seu pesar ou seu contentamento





E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive


Quem sabe a solidão, fim de quem ama





Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama


Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.




Nenhum comentário:

Postar um comentário