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Quem sou eu

domingo, 23 de outubro de 2011

Obediência com resignação


       O equilíbrio e a harmonia resultam da obediência às leis que regem a vida.
       A sinfonia harmoniosa depende da submissão dos instrumentos à pauta e à regência.
       A saúde é consequência da obediência do espírito às conjunturas da evolução.
       A obediência decorre do conhecimento dos deveres em relação aos objetivos da existência humana.
       Mas obediência não é receio submisso, nem resignação é indiferença, pois luta é sempre um desafio da evolução.
       A rebeldia é processo de ação em faixa primitiva, enquanto que a obediência é conquista da razão esclarecida.
       O bruto reage; o sábio age. O primeiro agride, o segundo elucida.
       Não te revoltes, se as coisas diferem de teu desejo. A realidade é consoante deve ser e não conforme a cada qual apraz.
       A obediência liberta; a resignação sublima a alma. Uma vem do conhecimento e a outra do sentimento.
        

.Joanna de Ângelis / Médium Divaldo Franco
Livro: Ementário Espírita (extrato) - Ed. LEAL

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Nara Leão


Nasceu em 19 de janeiro de 1942. Morreu na manhã de 7 de junho de 1989 vítima de um tumor cerebral inoperável aos 47 anos de idade.
A menina de classe média carioca nos anos dourados da década de 50, teve como seu quintal as areias ainda brancas das praias da zona sul carioca. Nara tentou dança, mais gostava mesmo de fazer gravuras. Um de seus primeiros namoradinhos foi Roberto Menescal, foi ela quem apresentou a Menescal o tal “ JAZZ”. Entediada de estudar acordeom, o instrumento da moda. Caiu de amores por outro instrumento, o violão, desprezado por sua irmã Danuza. Nara escolheu bem, pois o violão foi seu companheiro por toda a vida: “Ele é como um namorado. Ajuda, aconchega.” Falou Nara certa vez sobre seu violão. Nara e sua turma de praia, insatisfeitos com a música que escutavam. Começaram a se reunir para escutarem coisas diferentes, pesquisarem, e até fazer novas músicas. O grupo começou a aumentar, nomes como Ronaldo Bôscoli, João Gilberto se juntaram aos demais. A casa de Nara Leão, foi o principal ponto de encontro dessa turma, mas não era o único. Tinha a casa do pianista Bené Nunes, entre outros. O folclore tratou de criar as lendas, que não são poucas e existem até hoje. Como tudo a Bossa Nova – nome que foi dado ao que podemos chamar de movimento musical – tinha o seu mentor Ronaldo Bôscoli, seus “cabeças”, como Roberto Menescal, Carlos Lyra e João Gilberto. E como se tratava de musicas, com letra, verdadeiras poesias, tinha também sua musa. Assim Nara Leão ganhou seu eterno apelido de Musa da Bossa Nova. Mas a Bossa Nova ficou Pequena para as salas dos apartamentos em que se reunia. Logo começaram os Show´s em escolas, grêmios, faculdades. Foi nesses shows que aconteceu a estréia de Nara Leão. Nara muito tímida, foi vítima de uma “armação” de Silvinha Telles, que antes de chamá-la ao palco, mandou fechar todas as portas. O nervosismo de Nara foi tamanho, que cantou de costas para o público. Ai, começaram a surgir os primeiros NARÓLOGOS, e a fama dos joelhos de Nara. Como os mais belos de nossa música.


Nara faz sua estréia profissional no musical de Vinicius de Morais e Carlos Lyra, POBRE MENINA RICA. Mas em 1964 Nara surpreende com seu primeiro disco. Nara resgata o samba de morro, lança e relança os sambistas do mais puro samba. O incomparável Cartola, Nelson Cavaquinho, também com musicas de Carlos Lyra e Vinicius. Mas nada de sorriso, amor e flor. Todas engajadas com temáticas da realidade brasileira. Nara foi a primeira cantora branca da chamada zona sul, a fazer esse tipo de valorização dos sambistas esquecidos, os resgatando em disco. Nara foi aclamada e também perseguida por esse seu feito. Começou ai, não diria o melhor momento na carreira de Nara Leão, mas sem sombra de duvidas o mais importante. Nara se engaja na luta por justiça social, tendo como principal arma, sua música. Depois do golpe militar, Nara troca farpas com os militares, chegando quase a ser enquadrada na lei de segurança Nacional. Só não o foi devido a mobilização dos intelectuais a seu favor.